A ENTREVISTA!

JOSÉ SÓCRATES, acaba de ser entrevistado pela RTP1. Igual a si próprio manteve aquela postura inflexível, determinada e tenaz que já lhe conhecemos, doutros carnavais.

Quem o ouve verifica, que está a escutar alguém, que não se desvia um milímetro sequer de todas as ideias que vem defendendo nestes anos de governação.

Se há coisa de que não pode ser acusado é de falta de coerência no discurso, de grandes vacilações, de grandes posições dispares, de falta de rumo, de um fio condutor das ideias que defende.

Goste-se ou não, temos que concordar que estamos perante um líder nato, evidentemente que será louco para uns, inteligente e determinado para outros.

Principais notas que destaco:

• Evitar a todo o custo a entrada do FMI, que obrigaria a negociações complicadíssimas, hipotecaria o futuro de Portugal, sendo um cenário falso e enganador que afastaria o acesso aos mercados durante muito tempo, comprometeria o país, enfraqueceria a Europa e a própria moeda única. Que quando alguém coloca estes cenários de ajuda externa, está a empurrar o País para a hipoteca do seu futuro.
• Grécia e Irlanda estão com medidas muito mais duras do que as do PEC4. A Irlanda foi obrigada a baixar o salário mínimo, e na Grécia acabaram com o 13º Mês. Estando numa situação complicada.
• Garante que não está no seu horizonte pedir ajuda externa e, com isso diz, estará a salvar Portugal.
• Que tudo ficou muito mais difícil com o chumbo do PEC4, mas que tem uma estratégia para resolver as situações que vão surgindo, evitando a todo o custo a ajuda externa.
• Que Pedro Passos Coelho internamente diz que as medidas são altamente penalizadoras para os portugueses por isso chumbou o PEC4. Externamente como foi já publicado no "Wall Street Journal", foi dizer que chumbou o PEC4 porque as medidas ainda não iam longe o suficiente, que eram precisas medidas mais rigorosas.
• Também o facto de que Passos Coelho falou em aumentar o I.V.A, privatizar a Caixa Geral de Depósitos entre outras coisas que diz e desdiz.
• TGV, entre Caia e Poceirão é para avançar, concurso realizado, adjudicado, negociado e assinado com o Banco cujas taxas de juro são baixíssimas, e com financiamento garantido. Os outros troços são para repensar.
• Que os partidos políticos não encaixaram bem a sua última vitória eleitoral.
• Que o próximo Governo deve ser maioritário.
• Que foi uma vergonha e um desrespeito por todo o trabalho desenvolvido, a votação contra a avaliação dos professores, uma mesquinhez para apanhar mais uns quantos votos.
• Que nunca virou a cara à luta. Quando concorre é para vencer.
• Que o chumbo do PEC4 foi um golpe de oportunismo, de ambição desmedida pelo poder, um erro trágico de avaliação e a sobreposição do poder político em detrimento dos interesses de Portugal e dos portugueses.

É assim que fala José Sócrates aos portugueses n'A ENTREVISTA!