sábado, 7 de janeiro de 2017

MORREU MÁRIO SOARES



Tudo o que se possa dizer acerca de Mário Soares, ficará sempre aquém daquilo que ele foi, daquilo que ele significou, daquilo que ele fez, daquilo que ele evitou, da luta que encetou pela liberdade, da maneira singular como privou com todos, sem problemas de ordem social ou política, de idade ou religião. Um grande humanista, um grande democrata, um homem dos mais importantes da nossa história do século XX.

Desejo e espero que o Partido Socialista saiba honrar a herança de homens que foram partindo e, especialmente, do que partiu hoje: Mário Soares.

Tenho esperança que António Costa saiba desempenhar com honestidade e sabedoria o seu papel enquanto Primeiro Ministro. Já não concordo que não interrompa a visita à India, pelo menos para vir ao funeral. Não lhe fica nada bem. Mas isto é uma opinião pessoal.

Mário Soares, obrigado! Estou-lhe profundamente agradecido por tudo o que fez pelo meu País. Sei que o fez com a melhor das intenções tendo sempre em consideração o povo português  e o seu bem-estar. Á sua família endereço sentidos pêsames, bem como a todos os Socialistas que estarão hoje bastante consternados. R.I.P.

31 comentários:

  1. Portugal está de luto, os democratas estão de luto, os humanistas estão de luto, os homens da cultura e amor ao povo estão de luto, os Socialistas estão de luto. Morreu Mário Soares, o bochechas como carinhosamente era chamado, o político Fixe! R.I.P.

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  2. Morreu hoje quem disse,que só não muda quem é burro...
    Morreu hoje quem disse, que só perde quem desiste de lutar...
    Morreu o pai da democracia Portuguesa...
    Morreu o pai que me permite hoje escrever aqui de forma livre e sem retaliações...
    Morreu o homem que mais votos obteve em Portugal.
    Morreu o homem que teve sempre ao lado da família, mesmo quando não devia.
    Morreu o homem que esteve sempre ao lado de todos os Socialistas de renome, mesmo que estes pudessem ser culpados das acusações.
    Morreu um pai de família que nunca soube a verdade por convicção própria.
    Morreu o nosso Pai da entrada na Europa contra o CAVAQUISMO que noz assombrava e hoje o veio vangloriar.
    Morreu o Homem que esteve 13 vezes preso para hoje podermos escrever livremente neste blogue sem termos retaliações e sermos presos.
    Morreu o Homem odiado por muitos Portugueses que não compreendem a importância que teve nas nossas vidas e principalmente, na atitude de podermos mandar para a Pu.. que par.. sejam quem for, e só a justiça noz pode julgar, sem sermos presos de imediato.
    Cá por o Burgo, há quem fique com a boca ao lado, mas isso são consequências do mal que causam a quem não deviam.Espero rápidas melhoras.Tenham é uma coisa em atenção, Deus não dorme e olha por os que seguem os seus trilhos e caminhos, desde o tempo de Moisés.
    Soares Foi e será sempre o pai da DEMOCRACIA, embora isto custe a todos os partidos, que não se afirmem SOCIALISTAS, mas embora todo o seu caminho , seja criticado por muita gente na defesa que fez aos seus dois filhos, de forma incondicional.
    Ninguém é imune de ter defeitos, Certo?
    Faço uma pergunta a todos os leitores deste blogue conscientes, embora todos temos consciência que de SANTO o meu Querido Soares não teve nada... Soares deu aos PORTUGUESES LIBERDADE DE EXPERÇÃO OU NÃO?
    Cá por o Burgo há quem fique com a boca ao lado devido ao seu mau feitio e há maldade que tem com quem lhe faz bem.
    Desejo rápidas melhoras aos candidatos que não se assumem a 9 meses das eleições, pois se têm intensão de se candidatar, não devem ter medo nem temer ninguém.
    Os eleitores agradecem a disponibilidade antecipada pera escolherem.
    Voltando ao inicio do comentário, com BEST SELER de Soares, só perde quem desiste de lutar e não se assume...

    Gostaria como FIGUEIRENSE, pois infelizmente estamos unidos e a dar dinheiro a tipo de Buarcos que ninguem conhece, sem formação para tal, arrogante e que tem como lema ser um HOMEM do MAR, sem saber o que se passa no convéns, pois o Máquinista mete o motor a trabalhar e depois dor
    me toda a noite. Vem ao convés para tirar uns peixes diferentes
    para levar para casa.
    Aproveito para deixar uma pergunta... Qual é a posição do secretariado do PS de BUARCOS com a luta do actual e o vice para a próximas eleições à junta de Buarcos?
    Deixo um concelho, se não tiverem entendimento, recomendo o antigo presidente Carlos Moço, pois com os seus bonecos pode ter um rendimento extra para a junta.
    Para acabar antes dos vivas, gostava que o Pata, fizesse um concerto aos pato Óasis.
    VIVA O SOARES.
    VIVA O SOARES
    VIVA O SOARES
    VIVA A DEMOCRACIA E A LIBERDADE DE ESPERÇÂO EM PORTUGAL
    Viva o MÁRIO SOARES
    Viva o MÁRIO SOARES
    Viva o MÁRIO SOARES

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  3. Os erros são vários e intencionais para manobra de dispersão do agente... Mas, não vale, tu não te consegues esconder e armas em parvo para ver se pega. Analfebo és tu e bastante. Preocupa-te em não ires com tanta sede ao pote! Quem muito quer...

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  4. Soares fiel a si mesmo até ao fim. Discurso um, prática dois.
    Viva o SNS mas, o privado é que é bom.

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  5. Faz bem rever o inesquecível debate de há 42 anos entre Soares e Cunhal. Basicamente por duas razões.

    A primeira porque nele se confirma o apego de Mário Soares ao pluralismo político, que é quase tudo da liberdade.

    A segunda é a empedernida cegueira de Cunhal. Nessa altura, ainda a sua triunfal cegueira. Igualzinha à de Jerónimo de Sousa, se então fosse este o interveniente no debate. Uma cegueira sem hipóteses argumentárias - contra os factos há todos os argumentos, nem que seja apenas o perpetuado (e revolucionariamente displicente) "Olhe que não! Olhe que não!".

    Isto posto, Mário Soares terá muitos senãos mas este não é, seguramente, o momento do seu julgamento perante a História. Antes se trata agora de manifestar o respeito pela pessoa e pela memória de um homem que deixou a sua marca nos destinos de Portugal. Um republicano, laico e socialista que curiosamente foi à trincheira oposta (a nossa) buscar, para a chefia da sua Casa Militar, um general monárquico, católico e de direita, como o próprio se definiu.

    Que descanse em paz!

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  6. Mário Soares

    Morreu Mário Soares, um vulto da nossa política. Critiquei aqui muitas das suas palavras e dos seus actos,o financiamento público da sua Fundação privada, o tom dos ataques destemperados a Cavaco Silva na última campanha eleitoral para a Presidência em que também foi candidato.

    Mas lembro-me da sua luta pela democracia, da Fonte Luminosa, dos debates com Álvaro Cunhal. E, em situação de crise política e social, dos acordos de governo feitos entre o PS e o CDS e, depois, entre o PS e o PSD, para salvar o país.

    Creio bem que, com Mário Soares, um governo da geringonça nunca teria lugar neste país.

    Que descanse em paz.

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    1. ENGANO! Ele apoiou a decisão de António Costa. E ainda bem quue existe a geringonça. Senão a direita partia isto tudo.

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  7. O governo que muitos alvitravam não durar mais do que uns meses, fez aprovar o segundo OE na AR, deixando muita gente ( mesmo dentro do PS) desiludida.

    Em 2016 foram revertidas quase todas as medidas que asfixiavam as famílias, diminuiu o desemprego, reduziu-se o défice e a dívida. Digamos que o governo cumpriu um pouco mais do que os serviços mínimos. Isso não significa, no entanto, que a geringonça esteja estável. Aliás, se assim fosse, não poderia ser geringonça…

    Não vale a pena fazer como a avestruz e fingir que não se adivinham dias difíceis e problemas complicados para António Costa, para a geringonça e para o país. Independentemente dos reflexos internos do que possa acontecer a nível externo, há dificuldades que os partidos de esquerda colocarão ao governo e poderão pôr em risco a geringonça.

    Devolvidos os salários e as pensões, PCP e BE irão aumentar (e bem…) a pressão para a tomada de medidas de combate às desigualdades. Não tenho dúvidas de que essa também é uma prioridade do governo, resta saber até onde pode ir, sem colocar em causa o crescimento e a confiança externa. É preciso ter os pés bem assentes no chão e não esquecer que os juros da dívida continuam a subir perigosamente e a única agência de “rating” que garante a manutenção de nível acima de lixo (DRBS) poderá deixar de manifestar esse apoio se as taxas de juro ultrapassarem os 4%.
    A pressão sobre os juros da dívida vem de demasiados lados, pelo que menosprezar esse factor pode significar, a prazo, o fim da geringonça.

    Se é certo que a dívida, sendo impagável, tem de ser renegociada, não é menos verdade que este deverá ser o ano pior para o fazer. Compreendo bem a justeza da campanha que o PCP vai lançar em Março, mas aceito menos bem uma velada ameaça dos sindicatos de regressarem à rua, se as suas reivindicações ( nomeadamente em áreas sensíveis como a educação e a saúde) não forem aceites pelo governo.

    Mas se à esquerda os receios de uma avaria irreparável na geringonça são vistos com muita apreensão, à direita rejubila-se com a hipótese de essa avaria ocorrer. Pouco interessa à direita se a pedra que afetar a engrenagem da geringonça é de proveniência interna ou externa. A única coisa que interessa aos mafiosos, digo, pafiosos, é regressar ao poder e para isso é essencial que o motor da geringonça gripe. Depois, ancorados na máxima “ nós tínhamos avisado” tomarão medidas de extrema dureza que afectarão irremediavelmente as classes trabalhadoras. Seria bom que partidos de esquerda e sindicatos pensassem bem nas consequências de elevar demasiado alto a fasquia das reivindicações. Mesmo sendo justas, têm de ser realistas, pois não é possível reverter em dois anos, a destruição provocada pelo anterior governo PSD/CDS durante os 5 anos em que andou de rédea solta e contou com o entusiasmado apoio de Cavaco Silva.

    Será fundamental à esquerda não perder o discernimento e, com os pés bem assentes no chão, reflectir sobre os passos que podem ser dados sem colocar em risco o crescimento da economia. Destruir a geringonça é escancarar a porta à direita, com as nefastas consequências para os mais desfavorecidos que já se conhecem. KEEP CALM, PLEASE!

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  8. A procura de candidatos às Freguesias já começou. Aquilo é que vai uma açorda.

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  9. Curioso aquele busto da república destacado à cabeceira do caixão de Mário Soares nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos como se fora um bezerro de ouro. Chesterton tinha razão quando afirmava que "quem não acredita em Deus tende a acreditar em tudo".

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  10. A Mário Soares, que em relação à área política que defendo era um adversário, devemos em muito o caminho da democracia, contra o caminho da servidão comunista. A Mário Soares devemos a admiração que merece qualquer político de talento, qualquer homem que respira, come, vive política, a quem a política corre no sangue e no cérebro, mesmo quando é contraditório, ou grosseiro, ou um pouco perdido.

    A João Soares, antigo e bom colega de direito, «tipo porreiro», pessoa estimável, devo sentidos pêsames. Como a Eduardo Barroso, que não conheço, mas cuja atitude sempre humorada e cavalheiresca me encantava num defunto programa de futebol.

    Dito isto:

    O espectáculo a que assistimos hoje, em Lisboa e nas televisões, é obsceno. Hoje, em Lisboa e nas televisões, a oligarquia (que a si própria se intitula «Estado») declarou sonoramente a total indiferença a que vota os portugueses, as pessoas a que as televisões chamam «anónimos», ou «populares», ou «povo». Hoje temos aqui um teatro nosso em que se exige que participemos todos. Vocês, não. Trabalhem ou não trabalhem, andem pelas ruas ou não andem, fiquem em casa se sentirem as ruas tolhidas, adiem afazeres e compromissos que tenham, vão à merda com as vossas pequenas ocupações e os vossos incompreensíveis horários, estamo-nos cagando (assim mesmo), hoje as ruas são nossas, as ruas são sempre nossas.

    Usaram para esta declaração o cadáver de Mário Soares, que foi enviado confrangedoramente, tontamente, a passear dentro de um caixão por Lisboa, para Norte e para Sul, agora para Oeste, agora para Norte outra vez, agora para Sul, agora para Sul e Sueste, agora para Leste, para Norte outra vez agora. Foi ao ralenti ou a passo de cavalo pelo meio de ruas vazias, que as televisões unanimemente declaravam pejadas de gente, de «populares», de «povo», de «anónimos», mesmo quando as imagens brutalmente as desmentiam. Hoje a oligarquia juntou-se para chorar umas lágrimas de crocodilo, dar uns abraços e aprazar negócios, e demonstrar a sua importância perante as serviçais câmaras. As «multidões» com que as televisões sonhavam, abstiveram-se. A abstenção cresce, cresce a apatia. Mas para isso, também, a oligarquia está-se cagando.

    Menos mal que tenha estado ausente o primeiro-ministro António Costa. Aquilo que Soares combateu com risco da pele e da vida em defesa da democracia e do país, este acolheu e presenteou em nome da sobrevivência política.

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    1. OBSCENO É VOCÊ COM AQUILO QUE ESCREVEU. TENHA VERGONHA!

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  11. Com algumas reacções à morte de Mário Soares nas redes sociais se comprova que tanto há gente alarve de direita como de esquerda. A grosseria é muito democrática. A diferença é que enquanto a direita se envergonha, à esquerda ela é arma para a revolução que não sobreviverá sem o ódio.

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  12. Uma das grandes vantagens da Comissão Parlamentar de Inquérito à CGD (convém lembrar que foi iniciativa de Passos Coelho e muito contestada pelo PS) é a informação prestada por todos os envolvidos, ao longo dos anos, nos processos deste banco. Pouco importa se teremos, ou não, conclusões mas ficamos a saber como foram tomadas algumas das decisões que geraram concessões de crédito que todos nós pagaremos e bem caro. Vale a pena ler as declarações de Teixeira dos Santos que diz exatamente o contrário do seu antecessor Luis Campos e Cunha. Claro que Sócrates nega tudo. Cada um que tire as suas conclusões mas fica para o anedotário a afirmação de Teixeira dos Santos a propósito daquilo considerou como “coincidência” a indicação dos nomes de Vara e de Santos Ferreira: “são da minha responsabilidade. Foram uma decisão minha que transmiti ao primeiro-ministro.” E para cereja em cima do bolo no que à escolha de Vara diz respeito: “Fez carreira na Caixa, era diretor. tinha conhecimento dos cargos de direção da Caixa e capacidade de liderança. Fazia a ligação entre a administração e a Caixa e sinalizava que os quadros da Caixa poderiam chegar à administração”.

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  13. As injustas sociais escondidas no labirinto legislativo...




    As leis são tão labirínticas que não é difícil cometerem-se injustiças sociais. A inovação que tem sido, e bem, introduzida na gestão dos serviços públicos de modo a facilitar a vida dos cidadãos é, evidentemente, bem vinda. Mas nem sempre é capaz de ultrapassar as burocracias instaladas.

    O caso trazido a público nesta notícia "Idosos que se mudem para casa dos filhos perdem isenção de IMI" põe a nu, justamente, as falhas de um tal sistema que de tão complexo dificulta o seu controlo e os resultados por vezes de certas decisões políticas.

    É essencial prevenir este tipo de injustiças sociais, já nos bastam as outras, e cuidar de as reparar sem demoras ainda que para isso seja necessário de novo legislar, ainda que contribuindo, porventura, para alimentar o labirinto legislativo em que nos habituámos a viver.

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  14. Perguntar, por perguntar





    Em 2017 ainda há quem acredite que a(s) Primavera(s) Árabe(s) foram levantamentos populares?

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  15. Mas afinal o Rei sempre leva para o seu séquito o Rui das arquiteturas ou não? Esteves bem o tenta convencer para ter campo aberto. O pior é que o Luisinho também pretende ganhar caminho para ser o Soba de Buarcos. Se Vitor Coelho aceitar o desafio, lá se vai o mareante.

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    1. Essa do Vitor Coelho se candidatar até me dá vontade de rir, é PARA ELE DAR OUTRA FORD TRANSIT ZERINHO QUILOMETROS AO QUIM PANCADA POR CAUSA DAS CONIVÊNCIAS GINASISTAS??????????? Pois é meus amigos, o Vitor Coelho OFERECEU DE MÃO BEIJADA UMA CARRINHA novinha em folha para a Misericórdia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Tenham MISERICÓRDIA E GANHEM JUÍZO, PORQUE FALTA MUITO JUÍZO NESTA TERRA!!!!!!

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    2. sê imtelectualmente honesto. o vitor só entregou o que tinha sido prometido e PAGO pelo anterior presidente o gil. os documentos estão na junta e podem ser consultados.

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    3. Não sei, não vi os papéis, pelos vistos estás por dentro da coisa... Mas digo-te: Quem comprou a carrinha e a entregou todo contente ao padrinho do Ginásio, foi ele e sem contrapartidas. Ora como era uma aberração, tivesse sido o Gil que a prometeu ou não, ELE SUSPENDIA! Porque a própria Junta não tinha carrinha, nem carro para os seus serviços e foi dar uma novinha em folha ao Quim Pancada vs Misericórdia que é RIQUÍSSIMA! è de gente capaz e inteligente? E quando virou as costas ao amigo de sempre lider dos 100%, também foi bonito de ver? Esse está mais que passado e queimado, como o que se lhe seguiu. Tenham dó!

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  16. Ao ouvir e ler a intensa barragem de propaganda sobre os futuros votos dos partidos sobre a TSU, lembrei-me da noite das eleições:

    "O PS assume a plena responsabilidade que lhe foi acometida de garantir que a vontade dos portugueses não se perca no vazio. O PS fará tuda para cumprir o mandato que recebeu dos eleitores" (do discurso de derrota de António Costa, na noite de 4 de Outubro).



    Com base nesta ideia de fidelidade ao mandato recebido, António Costa recusou abster-se para garantir um governo dos partidos mais votados, explicando que tinha recebido um mandato para mudar de políticas.

    Foi mais longe, para assegurar essa mudança de políticas, prescindiu do programa com que se apresentou a eleições, abdicando de mexidas na TSU, uma das três exigências centrais do BE para viabilizar o seu governo.

    Note-se que os partidos mais votados propuseram uma série de aproximações ao programa que o PS apresentou ao eleitorado, incluindo a adopção de medidas centrais do programa do PS no programa do futuro governo saído das eleições, como as que se referiam à TSU, para que a votação no PS se traduzisse nas alterações de políticas pretendida pelo eleitorado.

    Depois disto tudo, a minha pergunta é simples: os partidos mais votados receberam algum mandato para viabilizar um governo do PS apoiado pelo BE e PC, assente em políticas que não foram a votos?

    O programa do actual governo não consta nem da plataforma eleitoral do PS, nem da do BE, nem da do PC, como é normal por ser o produto de uma negociação posterior às eleições.

    Se os partidos mais votados não receberam um mandato dos eleitores para viabilizarem este programa de governo em execução, qual é a questão que se levanta quando, legitimamente, adoptam o modelo de intervenção do PS e se recusam a viabilizar políticas (não são medidas avulsas, são políticas que estão em causa) que acreditam que não foram as que foram votadas nas eleições?

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  17. Da série ´Grandes Equivocos das nossas Iluminadas Elites´




    Muita coisa não bate certa na apreciação das condutas dos partidos e dos seus dirigentes. Vai por aí uma onda de indignação contra Passos Coelho por causa da sua posição sobre a descida da TSU negociada entre o Governo e os parceiros sociais (embora me tivesse parecido que o que existiu foi um simulacro de negociação, já que o Governo se esteve borrifando para a opinião do patronato sobre a inoportunidade da subida do salário mínimo desacompanhada de um aumento da produtividade, interessando-lhe somente saber do que é que tinha de abrir mão na augustiana "feira do gado"). Para esta onda contribuem comentadores, analistas, antigos políticos, políticos no ativo, jornalistas tidos como isentos e os outros que não fazem esforço em disfarçar o seu partidarismo, o PS, o BE, o PCP, certamente esse expoente de coerência que é o PAN. E algumas personalidades do PSD, que, por o serem, veem a sua posição sublinhadíssima. Mas vamos lá ver: então não é suposto que um governo minoritário negoceie previamente os apoios políticos a medidas que necessitem de uma maioria política? Não tendo o PS ensaiado qualquer acordo prévio com o PSD sobre as condições para o eventual aumento do salário mínimo, é de exigir ao PSD - que a nada se vinculou - que apoie agora uma medida para a qual o maior partido da oposição não foi ouvido nem achado? Bem sei que o Governo atual só se sustenta se existir alguma bonomia na apreciação dos seus atos e omissões. Mas a democracia pluripartidária, que é adversarial por natureza, tem regras e convenções. Uma delas, óbvia, é a de que o governo conta com a maioria que o apoia, não conta com a oposição. Salvo se, tratando-se de questão que careça de uma maioria de apoio diferente da maioria de suporte, obtiver, através de negociação prévia, um mais amplo consenso parlamentar. Onde fica o valor da concertação social? Precisamente onde deve ficar. Não é, como bem o PS sabe, o de se substituir à democracia representativa e aos seus mecanismos. É o de lhe acrescentar participação social. No more, no less.

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  18. Carlos Costa confirmou que a máxima popular "atrás de mim virá quem de mim bom fará" por vezes é certeira.

    Tanto mal se disse ( e provavelmente com razão) de Vítor Constâncio, por causa do BPN mas Carlos Costa, que lhe sucedeu no cargo tem uma folha de serviços indubitavelmente mais vasta. Do caso BES ao BANIF, passando pela CGD e pela inexplicável escolha de Sérgio Monteiro para vender o Novo Banco, o governador do Banco de Portugal não acertou uma. Em vez de se demitir, como faria qualquer pessoa com um mínimo de dignidade, depois de tanto lesar o país, CC mantém-se teimosamente à frente de uma instituição, para a qual poderá ter perfil, mas em termos práticos revelou não ter capacidade.

    Durante o seu mandato tudo o que podia correr mal, correu. Incluindo a nomeação de um ponta de lança de Passos Coelho para vender o NB, tarefa que não foi capaz de desempenhar a contento. seria razão suficiente para CC apresentar a demissão e sair com honra. Como não o fez, dou-lhe a honra de pertencer a esta caderneta de miseráveis.

    Ficará, para a posteridade, ao lado do seu protegido

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  19. Deve haver educação sexual nas escolas? É uma boa pergunta, principalmente porque ninguém sabe ao certo o que significa “educação sexual”.

    É explicar os termos às crianças?

    Olha, isso que aí tens é o que algumas pessoas chamam de rata.
    Golden shower é quando tu finges que és a sanita, percebes, Alfredo?

    É explicar as abelhinhas e os passarinhos (e passarinhas) apelando à igualdade?

    É perfeitamente normal que sintas vontade de esfregar o teu sexo com qualquer pessoa, independentemente do seu sexo, sua identidade de género, identidade de género socialmente percepcionada e/ou estatuto jurídico.
    Sabes quando o Bóbi se começa a esfregar na tua perna, Horácio?

    É ensinar a mecânica sexual?

    Sim, é normal que gostes muito de usar o chuveiro prolongadamente nessa zona, Florência.
    A sucção de um aspirador pode ser excessiva e causar problemas ao teu pénis, Santiago.

    Ou é ensinar a respeitar as pessoas e, afinal, não se deveria chamar educação sexual e sim ética? Claro que não, se assim fosse seria responsabilidade dos pais, não da escola. Ridículo.

    Aguardo ansiosamente as integração de outras aulas de interacção humana com o meio e com outros humanos, particularmente na sua vertente mecânica. Educação para a defecação tranquila, educação para esgravatar orelha com unha do mindinho e educação para activista social.

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  20. Sem darmos por isso os activismos de combate a isto e àquilo tornaram-se em polícias e juízes em causa própria. As mais neutras e sensatas declarações podem desencadear a sua corrida para os tribunais. Como aquelas polícias que ficam com os proventos das multas também os activistas e as inúmeras ONGs, plataformas e associações em que se multiplicam para parecerem mais tornaram a caça a quem não pensa como eles numa actividade económica e politicamente rentável.

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  21. Começou a queda do PS. O dr Marques Mendes já anunciou que Passos deu “monumental tiro no pé”, Manuela Ferreira Leite declarou que Passos devia estar calado, Rui Rio está a caminho da liderança do PSD, Rangel diz que sim mas tamb+em não, Marcelo declara-se furioso com Passos. Ora como se sabe quando estas cabeças coincidem deste modo no “monumental tiro no pé” dado pelo Passos este ganha as eleições. Foi assim em 2011 e foi assim em 2015. Tudo indica que voltámos aos tempos do “monumental tiro no pé”

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  22. Aqueles que por aqui andam há mais tempo, ou têm memória histórica, lembrar-se-ão que Francisco Sá Carneiro, que hoje é um consenso nacional, foi, até ao dia em que ganhou eleições legislativas com a AD, objecto de todas as críticas no partido que fundou e que hoje é presidido por Pedro Passos Coelho. Em pouco mais de cinco anos, aqueles que teve de vida com o seu PPD-PSD, Sá Carneiro colidiu com Emídio Guerreiro, Sousa Franco, Magalhães Mota, Mota Pinto, com os “Inadiáveis” (Francisco Pinto Balsemão escapou por pouco…), com Ramalho Eanes, o Presidente da República que ele escolhera como candidato. O que se dizia dele é que era «conflituoso», «inconstante», «imprevisível», «teimoso» e, sobretudo, «bom na oposição, mas, provavelmente, péssimo na chefia do governo». Quando chegou ao governo e chocou, de frente, com um Presidente da República que não o deixava governar, logo, pelo PSD, se soltaram vozes que diziam que Sá Carneiro era «excessivo» e que Eanes é que tinha razão, que era necessário «colaborar» com a presidência e com o presidente! E no dia em que morreu, muita gente terá ficado aliviada: no fim de contas, o que seria do partido e do governo no dia seguinte à derrota presidencial? Sá Carneiro anunciara que deixaria o governo se Eanes ganhasse a presidência. Insistiu num candidato – Soares Carneiro – que alguns criticaram abertamente e muitos mais em surdina. Assim, malgrado a tragédia, as coisas retomaram a sua ordem normal. Não era disso que, afinal, todos precisávamos? Não é de normalidade que todos hoje precisamos? O que interessa se Sá Carneiro podia ter razão? De que interessa se Passos Coelho pode ter razão? Afinal, ontem como hoje, o governo não governa? As instituições não instituem? O Presidente não anda sorridente? Os chatos, os inconvenientes, os insatisfeitos servem para quê? Num país monotamente situacionista, de respeitinho venerando e rasteiro, de submissos ao poder, a qualquer poder, quem foge à norma, não serve, não presta, está a mais. Afinal de contas, todos temos de concordar com a nacionalização (temporaríssima) do Novo Banco. E quem não concordar não é bom português, não é bom patriota. Não é assim, Dr. Rio? Não é assim, Dr. Rangel?

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  23. A ler José Milhazes sobre o prefácio escrito por Francisco Louçã para
    “Estaline” de Simon Sebag Montefiore que está a ser publicado pelo Expresso
    Escreve Louçã: “A tragédia do século XX é esta: uma revolução contra uma ditadura e uma guerra, que libertou milhões de servos e prometeu o fim da exploração, que se anunciou como a alvorada de uma humanidade cooperante, foi dominada por uma burocracia fechada, temerosa e por isso agressiva, cujo poder se ergueu sobre uma pirâmide de vítimas”

    Como escreve Milhazes a revolução comunista não foi feita contra uma ditadura, mas sim contra uma democracia pluralista saída da revolução de Fevereiro de 1917, a servidão tinha sido abolida em 1861 e quanto a Lenine ser contra a guerra… bem o melhor é mesmo ler o texto de Milhazes.

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  24. I
    Quando eu morrer - e hei-de morrer primeiro
    do que tu - não deixes fechar-me os olhos
    meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos
    e ver-te-ás de corpo inteiro

    como quando sorrias no meu colo.
    E, ao veres que tenho toda a tua imagem
    dentro de mim, se, então, tiveres coragem,
    fecha-me os olhos com um beijo.

    Eu, Marco Pólo,

    farei a nebulosa travessia
    e o rastro da minha barca
    segui-lo-ás em pensamento. Abarca

    nele o mar inteiro, o porto, a ria...
    E, se me vires chegar ao cais dos céus,
    ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus.

    II
    Não um adeus distante
    ou um adeus de quem não torna cá,
    nem espera tornar. Um adeus de até já,
    como a alguém que se espera a cada instante.

    Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
    de novo para ti, no mesmo barco
    sem remos e sem velas, pelo charco
    azul do céu, cansado de lá estar.

    E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.
    E não quero que chores para fora,
    Amor, que tu bem sabes que quem chora

    assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
    to peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino
    talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino.

    Álvaro Feijó, lido na evocação de Mário Soares, pela voz de Maria Barroso

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